Família contesta versão de que advogado foi confundido com assaltante e diz que homicídio foi motivado por homofobia

Eliel Ferreira Cavalcanti, de 25 anos, foi assassinado a tiros no último sábado (9) em Mossoró.

Eliel Ferreira Cavalcanti, de 25 anos, foi morto a tiros em Mossoró neste domingo — Foto: Arquivo pessoal


As investigações em torno do advogado Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, de 25 anos, morto a tiros no último sábado (9) em Mossoró, ganharam uma uma nova versão para a possível motivação para o assassinato, após um novo depoimento colhido pela Polícia Civil nesta quarta-feira (13).


As informações foram apresentadas pela família de Eliel, que contesta a versão inicial da polícia de que o homem teria sido morto ao ser confundido com um criminoso.


A outra vítima de disparos no último sábado - um homem que foi socorrido com vida ao hospital e sobreviveu - se identificou à polícia como namorado de Eliel. Ele contou à polícia que ambos foram vítimas de homofobia.


A nova versão foi apresentada à imprensa pelo advogado da família de Eliel, Edson Lobão, que acompanha as investigações. Na última segunda-feira (11), a Polícia Civil havia apontado que a principal suspeita era de que Eliel tinha sido confundido com um assaltante.


O delegado responsável pela investigação foi procurado para comentar as novas informações, mas não quis dar novas declarações. A Polícia Civil informou que o inquérito está sendo concluído para ser enviado à Justiça.


"A gente quer que o criminoso seja realmente preso, que se entregue, para que a gente consiga esclarecer tudo. Porque é praticamente impossível confundir ele (Eliel) com um criminoso. A gente quer que ele seja preso e pague pelo que fez - ele e os demais envolvidos", disse um familiar, que pediu para não ser identificado.


A nova versão


Segundo o advogado da família, Eliel tinha ido visitar o namorado no condomínio dele e estacionou o carro na rua. Ele entrou no apartamento e ambos desceram minutos depois e foram caminhando até uma praça perto do local. Em seguida, voltaram para a frente do condomínio, onde continuaram conversando.


Ainda de acordo com o advogado, o principal suspeito do crime seria um homem que mora em frente ao condomínio e sempre observava os dois namorados.


Ainda de acordo com Leão, o criminoso com contou ajuda de outras pessoas para abordar e atirar contra as vítimas duas vezes - um tiro em cada.


Após ser atingido, Eliel ainda teria conseguido correr até uma agência dos Correios perto do local, mas foi perseguido, segurado por outra pessoa e sofreu pelo menos mas sete disparos de arma de fogo.


"O Eliel foi vítima de um crime de homofobia, de um crime brutal. Ele (o criminoso) matou o Eliel tão somente por discordar da opção sexual dele. A intenção era matar os dois, Eliel e o namorado. Essa narrativa de que ele foi confundido com um assaltante não prospera", afirmou o advogado.


O crime


O crime aconteceu na noite do último sábado (9), por volta das 21h40, na rua Francisco Bernardo, no bairro Boa Vista, em Mossoró. Eliel sofreu vários tiros de pistola e morreu na hora.


Ele tinha sido aprovado no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil em 2019, recebeu certificado, mas ainda não havia requerido a carteira de advogado. A OAB emitiu uma nota de pesar e afirmou que vai acompanhar a investigação.


Inter TV Costa Branca

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