
Entre abril e maio de 2020, durante a pandemia do novo
coronavírus, os gabinetes dos deputados da Assembleia Legislativa do Rio Grande
do Norte diminuíram em cerca de dois terços o gasto de verba de ressarcimento
com combustível, em relação aos meses anteriores. Porém, mesmo com as medidas
de isolamento social e com a suspensão das atividades presenciais no
Legislativo, dois dos parlamentares chegaram a gastar mais de R$ 4 mil por mês
no posto de gasolina e outros quatro, mais de R$ 2 mil.
Ao todo, ao longo dos dois meses, os deputados foram
ressarcidos em R$ 1,19 milhão por gastos dos gabinetes com assessorias, aluguel
de veículos, divulgação do mandato, ajuda a entidades e até gastos com
remédios. O deputado José Dias (PSDB), por exemplo, pagou R$ 10 mil a uma
drogaria. De acordo com a assessoria do parlamentar, o recurso foi usado para
comprar o medicamento Ivermectina, que foi doado ao município de Ceará-Mirim.
Até a publicação desta matéria, os dados de junho ainda não
tinham sido divulgados no portal da transparência do Legislativo.
Enquanto em fevereiro deste ano, quando o novo coronavírus
ainda não tinha chegado ao Rio Grande do Norte, os 24 deputados chegaram a
receber R$ 710.586,97 de verba de ressarcimento. Esse valor caiu para R$
685.492,84 em março - a partir do dia 18 deste mês, as atividades presenciais
foram suspensas na Assembleia e as reuniões passaram a ser por
videoconferência. Em abril, foram gastos R$ 583.245,03 e em maio, R$
611.340,33. Considerando fevereiro e maio, a redução foi de 13,9%.
Nesse mesmo período, houve diminuição dos gastos dos
deputados com combustível em 65%. Enquanto em fevereiro eles receberam um total
de R$ 66.240,84 - uma média de R$ 2.760,035 por parlamentar, em maio o
ressarcimento foi de 22.653,16, ou seja, uma média de R$ 943,8 por gabinete e
uma redução de 65%.
Nove deputados não declararam gastos com combustível em
abril e maio, apesar de receberem outras verbas de ressarcimento. Outros nove
tiveram despesas que variaram de R$ 163,58 a mais de mil. Por outro lado, seis
deputados continuaram gastando mais de R$ 2 mil mensais com combustível.
É o caso do deputado Nelter Queiroz MDB), que gastou,
somente com combustível, R$ 4.499,98 em abril e R$ 4.496,4 em maio - valores
superiores a março, quando ainda houve sessões presenciais na Assembleia e
cujas medidas de isolamento social só passaram a valer na segunda quinzena. No
dia 9 de junho, a Assembleia Legislativa confirmou que o deputado foi
diagnosticado com Covid-19.
Já o segundo colocado no gasto com combustível foi Raimundo
Fernandes (PSDB), que gastou R$ 4.002,44 em abril e R$ 4.000,07 em maio.
Bernardo Amorim (Avante) gastou R$ 2.600,15 em abril e R$
2.500 em maio. Já Cristiane Dantas (Solidariedade) reduziu os gastos com
combustível a R$ 1.702,23 em abril, mas voltou a 2.249,47 no mês seguinte.
Souza Neto também reduziu o gasto a R$ 1.874,34 no primeiro mês de isolamento,
mas voltou a gastar 2.329,34 em maio. Tomba Farias (PSDB) chegou a gastar
2.260,14 em abril e reduziu a 1.299,16 em maio. (G1).
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