Carro é incendiado e segue em movimento em rua de Parnamirim
Um carro em chamas continuou em movimento mesmo após ser incendiado por criminosos na manhã desta sexta-feira (17), em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. Não há informações sobre feridos.
O Rio Grande do Norte chegou nesta sexta-feira (17) ao quarto dia de ataques a prédios públicos, comércios e veículos. Segundo a polícia, as ações são coordenadas por uma facção criminosa.
A companhia de energia do Rio Grande do Norte confirmou que o veículo pertence a uma prestadora de serviços da empresa e que o caso aconteceu por volta das 10h30. A companhia também confirmou um ataque a um caminhão em Currais Novos, no Seridó potiguar, pela manhã.
Segundo testemunhas, em Parnamirim, os criminosos abordaram os trabalhadores, determinaram que corressem e atearam fogo no veículo. A suspeita é que na fuga do local, os funcionários não tenham acionado o freio de mão do veículo. O carro percorreu alguns metros até parar.
Caminhão de empresa prestadora de serviço da Cosern é incendiado em Currais Novos, RN — Foto: Anthony Medeiros
Em nota, a Cosern "repudiou" os dois ataques, afirmou que está em contato direto com as forças de segurança do Estado. A empresa ainda disse que "vem adotando todas as medidas necessárias para assegurar a integridade de seus colaboradores e prestadores de serviços terceirizados".
Dois caminhões a serviço da empresa tinham sido atacados na última quarta-feira (15).
Caminhão é incendiado em Currais Novos
Desde terça-feira (14), 45 cidades foram alvo de ataques criminosos no Rio Grande do Norte. Pelo menos 72 pessoas foram presas, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Ataques
Uma operação da polícia cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão, na manhã desta sexta, contra integrantes de facção suspeita de organizar os ataques. De acordo com a polícia, os alvos são ligados à facção 'Sindicato do Crime'.
Ataques no RN: Vídeo mostra destruição causada por incêndio em depósito de medicamentos
A sede da Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, foi incendiada na madrugada desta sexta-feira (17), quarto dia de ataques no Rio Grande do Norte.
O local mais atingido foi o depósito de medicamentos que ficou destruído. A Prefeitura calcula um prejuízo de mais de R$ 10 milhões só em remédios.
"Aqui estavam todos os medicamentos do município para as unidades básicas de saúde. Isso não é um ataque a uma pessoa, é um ataque a toda uma população que precisa desses remédios", disse o prefeito Eraldo Paiva.
Casos nesta sexta
Por volta de 1h20, em São Miguel do Gostoso, dois ônibus foram queimados na garagem de uma empresa privada.
Criminosos queimaram pneus e fecharam a BR-101 durante a madrugada na altura de Canguaretama. Um galpão de reciclagem da cooperativa de Arez também foi incendiado. Para apagar as chamas foi usados o carro pipa de uma usina.
Incêndio na garagem do destacamento da PM de São Vicente, RN
Em São Vicente, cidade a 200 quilômetros da capital, a garagem do destacamento da Polícia Militar foi incendiada. Um ônibus escolar ficou completamente destruído em Pedra Preta após ser incendiado.
Lajes, Arez, Campo Redondo e Montanhas também registraram ataques nesta madrugada.
Alianças
Autoridades ligadas ao Ministério da Justiça e ao governo do Rio Grande do Norte apontam que duas facções rivais se aliaram --em uma trégua temporária-- nos ataques no estado.
O gatilho para os ataques, segundo informações do governo federal, foi a transferência para fora do estado, em janeiro, de chefes do Sindicato do Crime, principal facção no Rio Grande do Norte. Informações da área de inteligência do governo já apontavam a possibilidade de retaliação depois da transferência.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) disputa com a facção as rotas internacionais de cocaína pra Europa a partir do Rio Grande do Norte. A facção, originada em presídios de São Paulo, viu na ação uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições do sistema prisional --houve protesto de familiares em frente a presídios, por exemplo.
As duas facções estavam rompidas desde 2017, quando elas se enfrentaram em uma batalha campal dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz; na ocasião, 27 pessoas morreram, na maior e mais violenta rebelião do estado. De 2012, quando a facção potiguar surgiu, até 2016, a convivência entre as duas organizações criminosas foi pacífica.
Ataques no RN: Incêndio em galpão de cooperativa de reciclagem em Arez, RN — Foto: Redes sociais
Ataques no RN: Criminosos ateeram fogo em pneus durante a madrugada na BR-101 em Canguaretama — Foto: Cedida
g1 RN
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